quarta-feira, 7 de setembro de 2011

OLHARES À MEIA LUZ

Por entre fendas de minha porta,
Que é berço de matéria sem vida,
Tramando planos pérfidos  
Esboças sorriso lascivo.

Tu, que com cautela observas
Através das cores fulvas do meu lampadário,
Enlaçada nas volutas do meu cabelo
A Flor de Lótus,

Aguardas com sentidos tentadores
Que eu insinue liberdade
Ao pedido de deleite
Que sobre teus lábios oscila.

Mas os fatores do meu amor discreto
Vão além de teus trejeitos libertinos,
E são mais penetrantes que o toque
Com o qual tateias teu pincenê do bolso à retina.

Por isso desengane-se! Que ver-te,
Por proteção não me é permitido,
E a respeito de teus olhos,
Bem... Estes não são dignos de ver-me!



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