sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DIÁLOGO


Quando de ínfimo teu riso
Se faz o mais notável,
Contempla-me a alma
O sonoro prazer que de ti foge!

Se tua distração me faz, por vezes,
Sentir amargo o sentimento,
Que este vire estilhaço
Quando eu me perder em tuas linhas...

Que no breve silêncio
Teus feitos me toquem
Através de pensamentos,
Num leve repelir de gestos.

Que eu, na ânsia de querer-te,
Deleite-me em tua pele com fervor...
E que tu não me sejas para sempre o mesmo,
Sejas-me constantemente junto e distante!




 

sábado, 1 de outubro de 2011

13 DE MAIO


Mudas de caminho por ora...

Ao ver-me teu olhar se alegra,

Enquanto teus gestos dedilham-me

E minha pele se tem tocada por tua feérica imagem.



Essa é a dose de dor que basta

Para surtir efeito no meu peito singelo,

Que embora me traia,

Contempla-me com teu pulsar de léxicos!



É o que há de mais belo

A sensação de por vezes retornar

À vida quando na tristeza se encontra,



E ter-te como fonte de meu pensar

Quando devo esquecer-te e

Encolher-me nos esconderijos de minha casca.



Se isso me é prazeroso,

É que por ti cultuo grande apreço,

E tanto, mas tanto, quanto pelo sofrimento.

Por isso, não cometas a indelicadeza de partir,

Que se o fizeres, minha lira se fará descontente!