quarta-feira, 12 de junho de 2013

CAPPUCCINO MUNDO



                            


A distância é porto, é lenço, é mar, é enfeite
Que decora meu espelho, enquanto a saudade espreita
Uma saída sem que eu a perceba...
É conformismo, é riso esperançoso aguardando o teu
Que, enquanto não chega, o meu se aquieta e me deixa:

Cá, por ti, no mundo!

Cappuccino forte p’ra qualquer amor profundo
Que não se queixa da má sorte de amar tão sem juízo,
Tão sublime, enlouquecido, a ponto de gritar arfante ao mundo,
Que a sorte lhe foi amiga!

Mas quão amiga me foi a morte,
Que me levou a vela, a sede, o céu, o senso,
E tão à míngua me deixou entregue
À tua pureza mais terna e tênue.

Tens as mãos que se movem à mó
No amor que em mim é carcerário,
E tu, apenas tu, tem o poder de visitá-lo, quando em vez,
Em alegria ou pranto!

E esse amor é de um valor tanto
Que o vejo prestes a ser furtado,
Quiçá por algum não amado
Buscando a felicidade em teu canto...

Mas este amor já me foi selado.
Conferi endereço e destinatário...
É teu, ímpeto e afortunado,
Com graça, memórias e cartões-postais,
Lembranças, notícias, meus abraços e mais:
Um “Eu te amo” estuante no Post-scriptum!