segunda-feira, 11 de novembro de 2013

DUAS VEZES LUSTRO



                                                 (Ao amor maior)

 

Duas vezes lustro, decênio,
Capítulos, novembros,
Década de uma vez que se foi

Mas retornes... Que me apetece!

Mãe,
Envie-me um sonho bom
Como aqueles que, ao acordar,
A gente sabe que não foi só um sonho...
Mas finge que foi!

A lua, as ladeiras, muralhas da Grécia,
As altas camas e paredes perfumadas
Por ervas em minhas mãos,
Que dizer? Que pensar?

Responsabilidade tua, que por outrora
Ter-se feito presente e agora não mais,
Recompensa-me com sonhos, águas lustrais,
Em tua ausência desmedida...

Mãe,
Envie-me um sonho bom
Como teu cheiro que permanece, mas que
Para não perdê-lo nem me movo,
Disfarço que sinto, guardo em segredo!

Parte de mim, momento meu,
Que fazer quando pensar?
Quanto penar...
Tristeza de anos a fio: instante!

FRICTIO GRADUS


Folhas secam 
Flores floram-se 
Finas foram-se 
Virar secura. 
Renda em brandura 
Finita finura, 
São as folhas que estalam 
Ou o chão que murmura? 
Fim do compasso 
Findo abraço 
Sem ritornello a floresta se cura.